Umas vezes mais alta e ruidosa, outras mais
suave e melodiosa, outras ainda mais natural com o som da natureza, da água em
movimento ou do chilrear dos passarinhos. Os estilos são variados, há para
todos os gostos e sempre tão presente nas nossas vidas! Tanto, que muitas vezes
a ignoramos. Outras não, e quando damos conta, estamos a trautear ou apenas a
marcar o ritmo com o pé. Falo de uma poderosa aliada que podemos ter em alguns
locais de trabalho: a música. Para defini-la podemos usar estas, entre outras
palavras: estimulo, entretenimento, arte, terapia, companhia... Na verdade, é
tudo isto e muito mais, e os seus benefícios inquestionáveis. Destacamos que
induz ao movimento, melhora a comunicação, cria vínculos, ameniza a dor,
acalma, fortalece a memória, promove o autoconhecimento bem como a resistência
à rotina. E o melhor disto tudo é que não tem contra-indicações, podendo ser
“receitada” e “administrada” desde a gestação até ao termo da nossa existência.
Sim, corre-se o risco de viciar, mas não é grave, bem pelo contrário, é um
agradável vício.
Infelizmente para uns, nem todos os locais de
trabalho e entidades empregadoras permitem a sua presença, mas ainda há
excepções! Mas eis que se nos apresenta um dilema: que tipo de música?! Para
uns, a música clássica ou a música instrumental, são uma óptima opção pela
ausência de palavras, pois assim não interferem no raciocínio. No entanto nem
tudo é assim tão linear. A música é alvo de incontáveis estudos ao longo dos anos.
Uns revelam as suas potencialidades e vantagens e demonstram que trabalhar ao
som de música torna o trabalhador mais activo, mais concentrado, mais
satisfeito, mais produtivo. Depois, há os que contrapõem e que defendem que as
músicas (em particular as favoritas), apesar de aumentarem a motivação, desviam
a atenção aquando da realização de tarefas e/ou desconcentram na redacção de
textos e documentos. Mais, vão mais longe ,
são mais específicos e referenciam ainda que um cirurgião estará menos
alerta a pormenores importantes durante uma cirurgia e que os condutores que
cantam enquanto conduzem têm a sua capacidade de reacção reduzida.
Seja como for, as diferenças entre os indivíduos
passam também pelos níveis de concentração destes: o que distrai uns, concentra
e estimula outros. Portanto, cabe a cada um conhecer-se a si e aos seus
próprios métodos de trabalho, perceber a fórmula mais eficaz para aliar
concentração a melhor desempenho. E isto vale para todos os profissionais. Cada
um deve ser e sentir-se feliz no que faz, com ou sem música. Traders, deixem-se
envolver pela harmonia dos sons sem nunca negligênciar as “leis” e o rigor do
trading. O profissionalismo vale muito.