De um modo geral, os empregos
actuais exigem que os trabalhadores tenham uma vida muito sedentária, que
passem várias horas sentados e quando se levantam não dão mais do que meia
dúzia de passos até voltarem ao seu lugar. Por outro lado, exigem também um
desgaste psíquico, já que todo o esforço é mental, cansando igualmente as
pessoas. No final do dia é natural que não tenham vontade nem se sintam com
energia suficiente para fazer qualquer tipo de actividade física como forma de
contrabalançar, e assim rendem-se ao sofá, à cama ou a qualquer outro lugar ou
posição que lhes proporcione uma sensação de relativo conforto e descanso. E
assim entra o sedentarismo na nossa vida, tão prejudicial à nossa saúde física
e consequentemente psicológica, já que depois não gostamos da imagem que vemos
reflectida no espelho.
O sedentarismo é um dos factores
de risco associado a doenças como a hipertensão, doenças respiratórias crónicas
e distúrbios cardíacos, obesidade, perda de flexibilidade articular e
hipotrofia muscular, entre outras. Todos devemos estar alerta para combater
esta realidade e não sermos apanhados nesta teia que se alastra a par com a
evolução da tecnologia.
O trader é um alvo fácil para o
sedentarismo.A quantidade de horas que passa sentado em frente ao computador, a
tensão que sofre quando os resultados não são os esperados alimentam este
problema sem se dar conta. Por isso (e aqui entra novamente a imprescindível
auto-disciplina) é aconselhável que o trader (bem como todas as pessoas pouco
adeptas do exercício físico) estipule um horário, organize o seu dia, a sua
semana, de modo a que tenha tempo para trabalhar, certo, mas também para
espairecer, para se “desligar” mentalmente, se movimentar, para estar com
amigos, com a família, para passear, para relaxar, para fazer algo que goste e
se distrair, para fazer exercício físico. O lazer complementa o trabalho, na
medida em que o equilíbrio entre o bem estar emocional e físico vai ajudar no desempenho
laboral. A frase não é minha mas é bem conhecida de todos, embora muitos não
façam dela o seu estandarte: “Mente sã em corpo são”. O sedentarismo não nos
conduz a um corpo são. E a preguiça também não, por isso há que os combater. É
urgente querer mudar o nosso estilo de vida e incentivar o outro a fazê-lo
também. Se não quisermos e se não nos ajudar-mos continuaremos cada vez mais
encarcerados no sedentarismo.
Ainda vamos a tempo de mudar.